No mundo inteiro a data é comemorada, mas ao longo do tempo passou a ter um aspecto “comercial”.
Essa data é muito divulgada e utilizada pelos comerciantes, apenas como uma data de homenagem às mulheres, incentivando a compra de presentes, flores, chocolates, entretanto a origem dessa data tão importante, que virou um marco histórico internacional, não tem nada a ver com comércio.
O dia 8 de março é considerado feriado nacional em vários países, como na própria Rússia, onde a venda de flores e chocolates disparam. Nos Estados Unidos e no Brasil, o mês de março é um mês histórico de marchas das mulheres, protestos com reivindicações salariais, contra a criminalização do aborto e a violência contra a mulher.
O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organizações das Nações Unidas (ONU) no ano de 1975, todavia, sua origem reporta-se do início do século XX, quando diversos grupos de mulheres surgiram pela Europa e Estados Unidos, protestando por condições dignas de trabalho e igualdade de direitos. Surgiu como um dia de luta, para relembrar as conquistas das mulheres e lembrar que essa luta ainda não acabou.
No início do século 20, as mulheres não tinham direito nem mesmo de abrir uma conta no banco sem a permissão do pai ou marido, assim, com o início da vida laborativa das mulheres pelas fábricas nos Estados Unidos e em alguns países, estas passaram a reivindicar melhores condições de trabalho, jornada mais curta e direito à licença maternidade, fortalecendo, assim, o movimento ao redor do mundo. Os movimentos sufragistas se intensificaram nessa época, exigindo o direito ao voto e a maior participação da mulher na política.
Caso fosse viável fazer uma linha do tempo dos primeiros movimentos de luta das mulheres que deram origem a esse dia histórico, teríamos como primeira manifestação a grande passeata das mulheres em Nova York no ano de 1909, onde reivindicava-se melhores condições de trabalho, pois naquela época as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas, 6 dias por semana e os salários eram medíocres. Se as condições trabalhistas para os homens já não eram boas, para as mulheres eram miseráveis.
Em 1910, temos o marco da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas que tinha como objetivo cria a jornada de manifestações, com a proposta de uma jornada anual de manifestações das mulheres pela igualdade de direitos, sem possuir de fato uma data determinada. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações. A primeira Jornada ocorreu em 19 de março de 1911.
Em Nova York, dia 25 de março de 1911, ocorreu um incêndio proposital em uma fábrica, onde 146 trabalhadores morreram, dentre eles 125 mulheres, trazendo à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial.
No ano de 1917 ocorreu um marco que fora o que determinou o dia 08 de março como o dia oficial. Um grupo de operárias foi às ruas para protestar contra a fome e o início da Primeira Guerra Mundial, movimento que seria o pontapé inicial da Revolução Russa. Posteriormente à revolução bolchevique, a data foi oficializada entre os soviéticos como celebração da “mulher heroica e trabalhadora”.
No século XX a luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. Dos anos 1970 em diante surgiram no país organizações que passaram a discutir a igualdade entre os gêneros, sexualidade e saúde da mulher, descriminalização do aborto, e a criminalização da violência contra a mulher.
Em 1982, o feminismo passou a se comunicar mais ativamente com o Estado, criando assim o Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo e em 1985, criou-se no Brasil a Primeira Delegacia Especializada da Mulher.
Através dessas muitas manifestações, passeatas e protestos, as mulheres conseguiram o direito ao voto, à propriedade, à contracepção e foi criada no ano de 2006 a Lei da Maria da Penha, que fez com que a violência contra a mulher passasse a ser considerada crime.
As mulheres ainda têm um longo caminho pela frente na luta por direitos e respeito, mas, de fato, as conquistas já são muitas.
Nós gostamos de flores e chocolates, mas muito mais que isso, gostamos mesmo é de respeito e igualdade de direitos!
Aproveite o Dia da Mulher para valorizar as mulheres ao seu redor e pensar no que você pode fazer para se juntar à luta por emancipação e direitos.
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